11 de dez. de 2009

Entre dois mundos ( “Nem para direita nem para esquerda” )

"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento "
(Provérbios 3:5)
“Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas tolo; por que morrerias antes do teu tempo?” (Eclesiastes 7.16,17)
E nessa caminha dura eu já me vi em extremos impraticáveis, insuportáveis por muito tempo, senti o peso da responsabilidade de carregar uma fé que não era minha, de amar um deus que não era meu , de andar num caminho que eu não escolhia, más era o que eu tinha pra me agarrar quando percebi que a minha vida estava à deriva, então eu fui hipócrita, mentiroso , demagogo e fariseu. Cansado desse fardo pesado eu me recolhi e vi a minha vida passar por mim como um jumento passa pelas ruas esburacadas da baixada fluminense, tudo torto.

Nesse recolhimento, como na caverna, eu vi a luz . A solução era simples do que eu pensava: ser eu mesmo ao máximo pra depois me despir de tudo e não ser mais nada, tirar as mascaras, as magoas , os ressentimentos , rezar o pai nosso como reza a cartilha.

Na “caverna” eu encontrei velhos e novos amigos e achei minha família e minha história, em paz comigo e mesmo e com os outros achei que era hora de entrar numa cruzada pela ‘‘pureza da palavra”. Defender com espada e escudo a luz que me iluminava , eu, um anão em terra de gigantes, não vi o quanto era ignorante. Na minha santa inquisição queimei todos os hereges, idolatras e falsos profetas que pude e me queimei com meu próprio fogo. Mas esse outro mundo que preza pela pureza era tão falso quanto o primeiro da hipocrisia. Tudo isso me cansou e me fez perder a “graça”. Julgos desiguais, cargas pesadas que só mudaram de ombro , da esquerda para direita . Achei que devia haver uma outra vida , uma outra via, outro caminho. E eu o achei.

O meio

Porque eu percebi com o tempo que no começo eu queria ser algo que não era e no fim eu acreditava mesmo que era mais do que realmente era, no meio eu percebo que sou igual a todo mundo, capaz das mesmas mentiras , maldades , desvios e pecados e não é porque tenho alguns deles muito bem domados ao meu ponto de vista que me sinto seguro para acreditar que sou melhor do que os que não os tem sob coleira.

Estas vozes altas, estes dedos apontados, esta cabeça erguida, toda esta perfeição frágil uqe se alimenta de exibir as incoerências e vergonhas dos outros, com o tempo se trai, e espero que meus amigos que saíram da caverna Junto comigo percebam isto a tempo .

A tempo de viver a própria vida e deixar a dos outros seguir para o próprio destino , alguns acordarão com a pílula vermelha, outros ficarão nas próprias fantasias da pílula azul, do mundo de Alice, mas o importante é que nós seremos julgados pelo criador e não por outros iguais .

Autor: Jorge Luiz Moreno
Fonte: www.renovatiocafe.com

Um comentário:

  1. Guto parabéns pelo blog. Muito bom com textos para fazer pensar.

    Abraços

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